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  • Textos
Troféu Humberto Mauro
Walmir Ayala. Artes na Semana. Jornal do Brasil. 28/02/1971
Três escultores brasileiros, especialmente convidados, apresentaram projetos para o Troféu Humberto Mauro, a ser distribuído pelo Instituto Nacional de Cinema e pelo JORNAL DO BRASIL aos vencedores do Festival de Curta Metragem, promovido pelas duas entidades. Foi finalmente escolhido o projeto de Maurício Salgueiro, por sua perfeita adequação à ideia proposta pelo concurso e belo desenvolvimento visual do tema cinético escolhido pelo artista.

Baseado na progressão de segmentos da esfera, com uma montagem construtivista de grande despojamento e prática execução como múltiplo, Maurício Salgueiro realizou uma pesquisa de movimento, com vistas inclusive no logotipo e possivelmente na montagem do cartaz comemorativo do Festival. Evidenciava-se, no trabalho desse artista, o amadurecimento de uma idéia nascida com o tema, e perfeitamente lograda na arte final que, em definindo um troféu, resiste como um belo e misterioso objeto organizado.

É fácil deduzir a sucessão de etapas e o aprofundamento do
esquema, diante do projeto do Troféu e da tábua explicativa, cujo texto transcrevemos: “Este projeto pretende buscar uma forma no espaço que, tendo a personalidade de um troféu, fixa a atividade e a obra deste grande vulto da história do cinema brasileiro. Troféu a ser realizado em ouro polido, com seus brilhos reflexos e efeitos representados neste projeto somente pela plaqueta presa à base da escultura e reservada aos dizeres relativos aos premiados. Pelas suas características, a escultura apresentada poderá ser ampliada ou reduzida, de acordo com as conveniências dos promotores do I Festiva Brasileiro de Curta Metragem. Cinema é movimento; e lente também, por isso nos fixamos nesses elementos para desenvolver o presente projeto”.

A comissão julgadora esteve constituída pelo presidente do Instituto Nacional de Cinema, Sr. Ricardo Cravo Alvim, pela professora Maria Eliza Travassos, Sr. Bartolomeu Pontes de Andrade e Ronaldo Miranda (pelo Jornal do Brasil), cineasta Davi Neves (pelo Sindicato Nacional da Indústria Cinematográfica) e por este colunista.
Walmir Ayala
© Mauricio Salgueiro 2022
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